31/03/09

perfectibilidade absoluta

texto de Mario Ferrera dos Santos


“Este sentido da religião é o reconhecimento da perfectibilidade absoluta de Deus que faz com que nós, seres humanos, sabendo que podemos nos erguer, somos um ser que podemos evoluir perfectivamente e nos graus superiores do nosso entendimento, o homem deve erguer-se nesse caminho para aproximar-se da divindade... O homem pode erguer-se acima de si mesmo, porque toda a vez que eleva-se acima de si mesmo pratica um ato profundamente religioso, mesmo que ele não seja religioso, mesmo que não seja crente, mesmo que seja ateu; devemos respeitar aqueles ateus de vida digna, de vida exemplar, aqueles que procedem de uma maneira que não podem sofrer acusações; eles podem não crer em Deus, podem não ter uma visão de Deus, mas procedem como homens que crêem num valor superior.(...) Ora, sendo Deus o primeiro ser, fonte e origem de todos os outros, e todo o ser provindo dele, necessariamente ele tem que conter a perfeição de todas as coisas. A perfeição de uma coisa não pode ser o seu aspecto negativo, só pode ser o seu aspecto positivo, portanto a perfeição está no caminho do ser, quer dizer, nós temos tanta perfeição quanto ser possuímos, cada ser é mais perfeito na proporção não do que dele se ausenta mas do que dele se presencia, do que dele se testemunha, do que dele se afirma positivamente como ser. Então, conseqüentemente, o ser supremo deve conter em si todas as perfeições porque do contrário a perfeição que houvesse em qualquer ser outro que Deus teria provindo de onde, do nada?” (Santos, 1968d, 251-2).

Silvio D'Amico