13/04/08

amor

Podemos entender que o que buscamos no outro – seja na paixão, em que há idealização e passividade, seja no amor, em que
pode haver aprovação da realidade e atividade – é reencontrar, no mundo descontínuo, a continuidade que nos constitui. Dito de outra maneira, buscamos uma união com a vida, através da relativa união com o outro. Deste modo, o amor deixa de ser pensado como uma ilusão; ao contrário, podemos entender que ao me associar intimamente com o outro, não estou tentando destruí-lo, nem ele a mim, mas fazendo com que esta união aumente a potência de agir – um termo de Spinoza – de um e de outro. A univocidade permite pensar o amor como uma associação de dois modos da substância de maneira não a formar “um”, nem a fazer um “contrato”, mas de modo a vivenciar esta relação aparentemente paradoxal de univocidade em que um e outro são como duas individuações deste conjunto formado

Silvio D'Amico