30/05/07

patético Renan

Sobre o patético Renan Calheiros
Reproduzo aqui um texto de Reinaldo Azevedo , que tão bem traduz
minha sensação perante o escândalo da vez :

Na ânsia de se defender do que há de grave contra ele na esfera pública — a suspeita de relações incestuosas com uma empreiteira —, Renan alargou a fresta por onde apenas se entrevia a sua vida privada, escancarando-a. No vale-tudo para salvar a sua carreira política, transformou num espetáculo a sua vida pessoal, chamando a própria mulher para coadjuvar a sua pantomima. Sei bem que ela foi lá porque quis; algum benefício há de haurir ao desempenhar tão triste papel. Isso é problema dela. Interesso-me pela vida sexual do casal Calheiros tanto quanto pela de um porco-espinho. O presidente do Congresso Nacional, vestindo a roupagem do coronel, expunha a sua “senhora” à curiosidade pública. E isso importa, sim.

Neste momento, macula-se bem mais do que o espaço da vida político-partidária. Essa mácula, Renan a carrega já desde a sua intimidade com o lobista de uma empreiteira. Macula-se, atenção!, um espaço tão o mais sagrado: o da vivência amorosa, o das relações afetivas, justamente o da família, onde, afinal de contas, tudo começa. Boa parte dos problemas ditos sociais no Brasil decorre, acreditem, da degeneração de costumes, da falta do respeito básico e elementar do marido por sua mulher, da mulher por seu marido, do casal por seus filhos, dos filhos pelos pais. Isso em qualquer classe social, tenham as pessoas a escolaridade que for. Esse laxismo está longe de fazer a felicidade das famílias; ao contrário, é fonte de danação.

Silvio D'Amico